Qualquer conjunto simbólico produzido e expressado por um grupo é um reflexo do contexto histórico-cultural por ele vivido. A música, como uma expressão cultural, acaba refletindo diversos elementos do contexto em que foi desenvolvida, tornando-se um indicativo das culturas que a produziram. Para John Blacking (2000, p.10) a música seria um produto do comportamento de um grupo humano cuja função é de realçar qualitativamente tanto a experiência individual quanto as relações humanas.
Analisar a música sob uma ótica sócio-antropológica significa pensá-la como um conjunto de expressões simbólicas cujos significados são compartilhados dentro do contexto cultural em que foi criado.
Sendo assim, o estudo da produção musical de um grupo pela antropologia é um excelente meio de identificar e compreender uma grande variedade de elementos sócio-culturais desse grupo, como valores, posições políticas, relações de poder, interação, comportamento e transformações sociais.
Atualmente, com o crescimento da Antropologia de grupos urbanos, direcionamos nosso olhar também para os subgrupos das sociedades urbanas, o que a mídia convenciona chamar de “tribos”. Percebe-se que esses subgrupos urbanos geralmente reúnem-se por afinidades ou conjunto de interesses em comum, como a música e seus simbolismos, funcionando como formadores de uma identidade social. A música muitas vezes é o elemento que justifica não só a permanência de um indivíduo em um determinado subgrupo social urbano, como é o caso dos punks, headbangers, malária, emos, góticos, mas a própria existência do grupo: são grupos baseados no estilo musical e seus elementos simbólicos culturais, quanto as relações humanas.
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Como referenciar este texto:
NUNES, Rossano Carvalho; FERNANDES JUNIOR; Paulo Roberto; MARTINS, Guilherme Medeiros, INSTITUTO GRUPO VERITAS DE PESQUISA. Música sob um contexto sociocultural. Disponível em: <http://portaligvp.org/home/musica-sob-um-contexto-sociocultural>. Acesso em: DIA de MES. ANO.