Etimologicamente o termo Antropologia deriva da junção dos vocábulos gregos anthropos (homem) e logia (estudo/tratado), o que significa “o estudo do homem”. A Antropologia é o estudo do homem e da humanidade em sua totalidade, abrangendo suas dimensões biológicas, sociais e culturais; incluindo sua origem, seus agrupamentos e relações sociais, comportamento, desenvolvimento social, cultural e físico, suas relações com o meio natural, variações biológicas e sua produção cultural. Ou seja, a antropologia procura estudar a humanidade em todos os seus aspectos.
O homem é em essência um ser biológico e cultural. É impossível estuda-lo antropologicamente sem ter essa premissa em mente. Como apontam os antropólogos Hoebel e Frost “desde o tempo das origens primitivas da cultura, todo desenvolvimento humano foi biológico e cultural. Nenhuma tentativa de estudar a humanidade pode ignorar este fato”. O biólogo evolutivo e geneticista russo Theodosius Dobzhansky concorda quando afirma que a evolução humana somente pode ser compreendida quando entendida como uma interação entre os desenvolvimentos culturais e biológicos.
No mundo científico existem muitas outras áreas que possuem o homem como objeto de estudo. A medicina se concentra na fisiologia humana sob uma abordagem de mantê-la saudável; a geografia humana estuda a ocupação geográfica-política dos homens; a sociologia estuda seus agrupamentos sociais; a história, o desenvolvimento do homem no tempo; a economia estuda a administração, manutenção e distribuição de bens; entre tantas outras.
Mas sendo assim, o que caracteriza a antropologia em distinção de tantas outras disciplinas que estudam o homem? Simples, é justamente seu foco na tentativa de compreender o homem não somente em uma determinada especialidade, mas sob um viés holístico, de maneira unificada.
François Lapantine define o enfoque da antropologia como o estudo do homem por inteiro, “em todas as sociedades, sob todas as latitudes em todos os seus estados e em todas as épocas”.
A antropologia parte do pressuposto que o estudo de nenhuma destas especialidades isolada pode nos ser útil para compreender o homem de maneira totalizante. Estudar somente a fisiologia humana (como na medicina) não nos fornece elementos necessários para compreender, por exemplo, a grande diversidade de crenças religiosas que os grupos humanos desenvolveram no decorrer de sua tentativa de compreender o mundo que os cercava. Ao mesmo tempo, procurar compreender a humanidade sem um estudo aprofundado de todas as suas partes é impossível.
É necessário uma ciência que procure um conhecimento dinâmico de tudo o que envolve o homem e a humanidade. Vejamos o que Hoebel e Frost explicam a respeito desse pressuposto antropológico:
Uma proposição fundamental da Antropologia é que nenhuma parte pode ser entendida plenamente, o mesmo com exatidão, se separa do todo. E, de modo inverso, o todo não pode ser percebido com exatidão sem o conhecimento profundo e especializado da partes. Para compreender qualquer aspecto do comportamento sexual humano, por exemplo, deve examiná-lo em termos de genética, fisiologia, características climáticas, sistema de valores e estruturas técnicas, econômicas, de parentesco, religiosas e políticas de cada sociedade humana. A Antropologia toca em virtualmente todos os campos possíveis do conhecimento, aproveita-se deles e neles se inspira. As habilidades do antropólogo devem ser altamente diversificadas, mas a unidade da disciplina é mantida pela concentração no caráter global do homem e da cultura.
Como podemos perceber, o campo de estudo da antropologia é muito vasto e acaba esbarrando no problema de que sua proposta é muito ampla para ser realizada por um único profissional. Nenhum antropólogo consegue dominar, sozinho, todos os campos abrangidos pela disciplina.
Conheça outros campos da antropologia:
Como referenciar este texto:
NUNES, Rossano Carvalho, INSTITUTO GRUPO VERITAS DE PESQUISA. Antropologia.
Disponível em: <http://portaligvp.org/home/sobre-as-areas/antropologia>. Acesso em: DIA de MES. ANO.