O Iluminismo e a Revolução Industrial nos legaram um imaginário de linearidade temporal, enquanto o positivismo forneceu uma idéia de progresso em que esse tempo linear parte do primitivo ao “evoluído” e positivo. Assim herdamos, em senso comum, a concepção de que toda a evolução é um progresso, partindo de uma condição mais primitiva a outra mais evoluída. A história humana estaria ligada a etapas de evolução em que toda a sociedade passaria até atingir a civilização num modelo positivista. Os indígenas seriam, partindo deste conceito, mais primitivos que a sociedade européia, mais civilizada. A evolução humana estaria ligada a uma linha evolutiva/temporal, no qual o homem moderno (homo sapiens sapiens) seria um produto de um progresso linear (do pior para o melhor) de espécies mais primitivas, como o Australopthecus.
Para a antropologia, no entanto, a concepção é outra. A evolução nada tem haver com progresso. A evolução é simplesmente mudança e adaptação, é uma mudança na estrutura genética de uma população na “tentativa” de manter-se adaptado a um conjunto de fatores. Conforme a interpretação de Walter Neves “Não existem espécies piores ou melhores. Existem espécies mais ou menos adaptadas a uma situação ambiental específica. Mudadas as demandas ambientais, o quadro pode se alterar completamente”.
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Como referenciar este texto:
NUNES, Rossano Carvalho, INSTITUTO GRUPO VERITAS DE PESQUISA. Evolução.
Disponível em:<http://portaligvp.org/home/evolucao >. Acesso em: DIA de MES. ANO